CAPÍTULO I
I.1 INTRODUÇÃO
O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein,
"interpretar". A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e
interpretação das Escrituras. Consiste num conjunto de regras que permitem
determinar o sentido literal da Palavra de Deus.
É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o
significado original que foi pretendido. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais
devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da
Bíblia.
A Escritura é explicada pela Escritura e pelo Santo
Espírito. A Bíblia interpreta a própria Bíblia..
I.2 A NECESSIDADE DO ESTUDO
Atos 8:26 Mas um
anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul
pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. 27 E
levantou-se e foi; e eis que um etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha
dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a
Jerusalém para adorar, 28 regressava e, sentado no seu carro, lia o profeta
Isaías. 29 Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30 E
correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes, porventura,
o que estás lendo? 31 Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não
me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. 32 Ora, a
passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como a ovelha ao
matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim ele não
abre a sua boca. 33 Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; quem contará
a sua geração? porque a sua vida é tirada da terra. 34 Respondendo o eunuco a
Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? de si mesmo, ou de algum
outro? 35 Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura,
anunciou-lhe a Jesus.
1-.O próprio Pedro admitiu que há textos
difíceis de entender: "os quais os indoutos e inconstantes torcem para sua
própria perdição" (2 Pedro 3:15 e
16).
2-.A arma principal do soldado cristão é a
Escritura, e se desconhece o seu valor ou ignora o seu legítimo uso, que
soldado será? (2 Timóteo 2:15).
3- .As circunstâncias variadas que
concorreram na produção do maravilhoso livro exigem do expositor que o seu
estudo seja meticuloso, cuidadoso e sempre científico, conforme os princípios
hermenêuticos.
A Necessidade da
hermenêutica
1.
O conflito hermenêutico : O mundo de lá e o mundo de cá, isto gera um
desafio que o estudante da bíblia deve entender como tal, desde que esteja disposto
a desgastar-se na descoberta da mensagem de Deus no texto
2.
As diversas dificuldades que o
texto bíblico apresenta: língua, tempo, história, sociedade, estilos de
vidas, estilos culturais, gêneros
literários, etc,
3.
Diversidade na literatura bíblica: poesias, estórias, parábolas,
apocalíptica, epístolas,etc.
4.
A própria história da Igreja. 2.000 anos de interpretação bíblica
5.
A perspicuidade e complexidade das Escrituras - João 3:16 vs.
1aPe:3:18-22
6.
É uma motivação e prática
bíblica: Ne:8:8, At:8:26-31a;
2a.Pe:3:15. as parábolas de Jesus
O valor da Hermenêutica
- Nos aproxima do texto e do seu sentido e significados corretos
- Fortalece a nossa convicção na pessoa de Deus- Deus revelou a
eternidade
- Enaltece a Soberania de Deus que preservou a escrita até hoje
- Nos coloca na linha da história da igreja
- Traz equilíbrio entre o conteúdo (revelação) e comportamento
(ética, exigência)
- Confirmação da credibilidade da revelação.
- Auxilia-nos para determinar o permanente e o temporário
- Base “cientifica” a vida devocional.
- Válida a encarnação do Filho de Deus. O texto inserido na história
e cultura de um povo. “teologia da terra”
- Evita o desvio (sensus
plenior)
- Descobre-se a unidade da revelação
I.3 CARACTERÍSTICAS DO INTERPRETE
Objetividade: Não há duvidas que o estudante está
influenciado por diversos fatores: a sua
filosofia, questionamentos históricos, psicológicos, e religiosos que inevitavelmente conduz a sua interpretação. A objetividade
esta no reconhecimento destas forças.
Espírito científico: Existem dois
modos dispares: pietista e racionalista “O exegeta deve estar mentalizado e
capacitado para aplicar a um estudo
da Bíblia os mesmos critérios que regem a interpretação de qualquer composição
literária O fato de que tanto a Bíblia como na sua interpretação existam
elementos especiais não exime o interprete de colocar a devida atenção a
crítica textual, ao análise lingüístico, a consideração do fundo histórico e
tudo quanto possa contribuir para esclarecer p significado do texto (arqueologia,
filosofia, obras literárias contemporâneas, etc.”
É preciso capacidade espiritual: Estar aberto a ação
da Palavra. Atitude de compromisso. Espírito de mediador: servir de ponte entre
o autor do texto e o leitor.
I.4 ASPECTOS GERAIS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA
1 - É necessário tomar as
palavras no sentido que indica o contexto, isto é, os versos que precedem e
seguem o texto que se estuda. Consulte o texto imediato e remoto.
2 – Vocabulário do escritor - Enquanto for possível, é necessário tomar as
palavras no seu sentido usual e ordinário.
É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o
conjunto da frase.
Comente: Estamos debaixo da
lei. (I João 1:4)
3 – O intuito do escritor - É preciso tomar em consideração o desígnio ou
objetivo do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões
obscuras. Esta regra tem importância
especial quando se trata de determinar se as palavras devem ser tomadas em
sentido literal ou figurado. Para não
incorrer em erros, convém, também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor,
e tomar as palavras no sentido que o conjunto do versículo indica. Exemplos:
· Apóstolo João no fim do seu
evangelho (20:30-31)
· Lucas no começo de seu
evangelho (1:1-4)
· Dedução ( Rom. 1:1-7; Gal
1:6-7; I Tim 1:3-4 )
· Chaves ( Num 1:1 - No deserto )
4 – Paralelismo e
correlação - É indispensável consultar
as passagens paralelas explicando as coisas espirituais pelas espirituais (I
Cor 2:13).
·
Verbais passagens que ocorrem as mesmas palavras.
·
Reais – se trata do mesmo assunto ou se expõe a mesma doutrina.
(evangelhos)
I.5 BREVE HISTÓRICO
O método crítico histórico de
investigação bíblica, que surgiu no século XIX, salienta a necessidade de
compreendermos o que os próprios autores bíblicos entendiam com aquilo que
diziam, considerando-se a posição deles dentro da história. Esse método de
investigação salienta que eles viveram em uma época em que a ciência era
deficiente e muito limitada; que eles viviam herdaNdo idéias primitivas sobre a
natureza; seus pontos de vista sobre Deus eram bastante antropomórficos; que
eles tinham pouca noção sobre crítica textual, e que, virtualmente,
desconheciam totalmente a arqueologia. Assim, cresceu a ênfase acerca do
descobrimento do que esses autores sagrados tinham querido ensinar, e uma
preocupação menor com o conteúdo das VERDADES que eles ensinavam. Aos teólogos
dogmáticos foi entregue a tarefa de investigar esse conteúdo.
A NOVA HERMENÊUTICA
A renovação do interesse pela
hermenêutica bíblica tem sido estimulada por teólogos existencialistas, como
Rudolf Bultmann e seus seguidores. Nomes associados a isso são Gerhard Ebelin,
Ernest Fuchs e Martin Heidegger. Esses homens seguiam as idéias de Bultmann,
embora as tivesse levado a extremos que ele não teria aprovado.
Heidegger enfatizava a
importância da linguagem como algo anterior à humanidade, como um poder que
teria moldado a compreensão dos homens. A própria existência humana seria
definida linguisticamente; e, através da linguagem, chegaríamos a entender o
ser humano. A existência humana torna-se autêntica quando tem permissão de
desempenhar o seu papel; e então chegamos a uma compreensão apropriada da
mensagem que ela tenta comunicar. Isso posto, a linguagem seria Hermes, o
mensageiro dos deuses. Por meio da ciência da hermenêutica, procuramos
recapturar os eventos proferidos pelos profetas, extraindo dali o sentido que
convém. Isso envolve mais do que entender o que um profeta qualquer tem a
dizer, no contexto de sua própria época. Antes, devemos procurar penetrar no
seu sentido, naquilo que significa hoje em dia, pois a verdade reveste-se de
uma universalidade que é comunicada por meio da linguagem.
Jesus proferiu palavras
imortais, aplicáveis em qualquer época. Não precisamos nos preocupar com toda a
forma de questão cultural e histórica, a fim de entender a mensagem universal
da alma, mas precisamos entrar na linguagem do coração, para que tenhamos uma
perfeita compreensão das coisas. E também há uma linguagem da fé, que devemos
esforçar-nos por entender. Verdadeiramente, parece que esses filósofos-teólogos
acreditam que a linguagem reveste-se de alma qualidade mística, dotada de
tesouros ocultos. A demitização pode ser uma tarefa infrutífera. A verdadeira
hermenêutica tem a tarefa de compreender de que modo o Evangelho de Cristo
aplica-se ao homem moderno. Há nisso uma fé de que o evangelho,
verdadeiramente, dirige aos homens uma mensagem universal, mensagem essa que
pode ser determinada.
A nova hermenêutica não ignora a
erudição histórica e crítica os eruditos do século XIX. Porém, apronta para uma
tarefa idêntica à do pregador. Há uma mensagem a ser comunicada que é mais
importante do que o manuseio crítico de um texto qualquer. A erudição, quando
muito, leva-nos somente ao limiar da interpretação. A partir desse ponto, o
Espírito, que fala através da linguagem, deve receber a permissão de levar-nos
a profundezas maiores. A mensagem pode ficar aprisionada em um texto; e precisa
ser liberada. A tarefa da hermenêutica e da pregação, portanto, é a libertação.
Uma vez liberada, a mensagem pode nos transformar. Dentro dessa interpretação,
encontramos o casamento entre a interpretação e o dogma; e o dogma torna-se uma
verdade viva que nos transforma, não se limitando a ser apenas uma criança
credal. A erudição histórico-crítica, pois, torna-se uma serva da hermenêutica,
e não a própria substância da mesma.
CAPÍTULO II
AUXÍLIOS
EXTERNOS
A época e a cultura do autor e dos seus leitores:
fatores geográficos, topográficos e
políticos, a ocasião da produção do livro. A questão mais importante do
contexto histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de cada livro.
II.1 INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA
E GEOGRÁFICA:
O interprete deve descobrir as circunstâncias para
um determinado escrito vir à existência. É necessário conhecer as maneiras,
costumes, e psicologia do povo no meio do qual o escrito é produzido. A
psicologia de uma pessoa inclui suas idéias de cronologia, seus métodos de
registrar a história, seus usos de figura de linguagem e os tipos de literatura
que usa para expressar seus pensamentos.
Condições Geográficas e
Meteorológicas. Os povos antigos viviam limitados por sua geografia local, pelo
clima em que viviam e pela fertilidade das terras que ocupavam. O temor da
fome, entre outras coisas, produziu a adoração às forças da natureza, o
sacrifício de crianças a certos deuses, cujos favores buscavam, além de outras
coisas desse jaez. Para os cananeus, Baal era o deus da chuva, que cuidaria das
terras e as tornaria férteis. Os poderes do relâmpago e do trovão, além de
outras forças naturais, não eram entendidos. Esses poderes eram atribuídos a
seres divinos, bons ou maus. Isso originou todo o desenvolvimento de uma
teologia primitiva, completa com deuses de todas as espécies, que controlariam
todas as facetas das atividades humanas.
Precisamos saber algo sobre os
próprios hebreus, além de entender porque acreditavam em certas coisas e faziam
certas coisas. Ao estudarmos a história de um povo qualquer, temos de
compreender o meio ambiente em que eles viviam, bem como toda a sua formação
Visto que a Bíblia é um documento histórico e a igreja é um movimento
histórico, a exegese histórica é importante tanto para compreender a mensagem
bíblica como para determinar seu significado na atualidade. Questões de data,
autoria, antecedentes e circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar
sermões bíblicos. Quanto mais conhecermos as condições político-religiosas e
socio-econômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor
poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso."
II.2. O CONTEXTO LITERÁRIO:
As palavras somente fazem sentido dentro das frases,
e estas em relação às frases anteriores
e posteriores. Devemos procurar descobrir a linha de pensamento do autor. O que
o autor está dizendo e por que o diz
exatamente aqui?
Reconhecer o que o autor tenciona
dizer:
Quando Jesus disse “Eu sou a porta”
entendemos essa expressão como comparação. Quando Ele disse: Vê e acautelai-vos
do fermento dos fariseus e saduceus”, sua intenção era que a palavra fermento
simbolizasse a doutrina de grupos. Quando disse ao paralítico: “levanta-te,
toma o teu leito, e vai para a tua casa”. Ele esperava que o paralítico
obedecesse.
II.3. INTERPRETAR LEXICAMENTE E
SINTATICAMENTE (DICIONÁRIOS).
É conhecer a etimologia das palavras, o desenvolvimento histórico de seu
significado e o seu uso no documento sob consideração. Esta informação pode ser
conseguida com a ajuda de bons dicionários. o uso dos dicionários, deve
notar-se cuidadosamente o significar-se da palavra sob consideração nos
diferentes períodos da língua grega e nos diferentes autores do período.
Visto que a Bíblia foi escrita em hebraico e grego
(e algumas partes em aramaico) o ministro que não conhece essas línguas se
encontra numa posição desvantajosa. Não basta achar num dicionário o termo
equivalente em português a uma palavra hebraica ou grega. O ministro que deve
possuir adequadas habilidades lingüísticas para fazer uso de tais auxílios
lexicais como comentários, concordâncias e dicionários teológicos, contanto que
compreenda o seu objetivo e saiba como incorporar as informações no
sermão."
Com o conhecimento de alguns significados o sermão de um pregador será
extremamente enriquecido. Exemplo: Abraão – pai de muitos povos; Dalila –
mulher dócil
O interprete deve conhecer os princípios gramaticais
da língua na qual o documento está escrito, para primeiro, ser interpretado
como foi escrito. A função das gramáticas não é determinar as leis da língua,
mas expô-las. O que significa, que primeiro a linguagem se desenvolveu como um
meio de expressar os pensamentos da humanidade e depois os gramáticos
escreveram para expor as leis e princípios da língua com sua função de exprimir
idéias. Para quem deseja aprofundar-se é
preciso estudar a sintaxe da gramática grega, dando principal relevo aos casos
gregos e ao sistema verbal a fim de poder entender a estruturação da língua
grega. Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento.
O estudioso também deveria
consultar não apenas uma, mas muitas traduções, para então julgar os seus
méritos comparativos, quanto a casos específicos. Deveria ter cuidado para
evitar envolvimento na manipulação sofista de vocábulos ou expressões hebraicas
e gregas. Quase qualquer coisa pode ser ensinada, e através da manipulação
indevida dos textos. As próprias traduções oficiais, algumas vezes, envolvem-se
nesse tipo de atividade. Consideremos os muitos sermões que têm sido pregados
com base nas supostas diferenças entre AGAPÃO e PHILÉO (palavras essas que são
meros sinônimos), na tentativa de explicar o trecho de João 21:15ss.
Sugestões de Leitura.
Ø
A bíblia explicada – CPAD; A bíblia vida nova –
Russel P. Shedd; A pequena enciclopédia da bíblia – O S. Boyer; Esboço de
teologia sistemática – Langston – Juerp;
Geografia bíblica - Osvaldo Ronis
– Juerp; Introdução ao estudo do novo
testamento grego – W. C. Taylor; Manual de hermenêutica sagrada A Almeida Casa
Editora Presbiteriana; comentário bíblico de Moody – Imprensa Batista Regular;
Hermenêutica avançada Princípios e processos de interpretação bíblica Ed vida.
CAPÍTULO III
LINGUAGEM LITERAL E FIGURADA
Certos textos devem ser entendidos
literalmente. Há também na Bíblia passagens em linguagem figurada. Devemos ler
a bíblia deixando-a significar o que quer dizer. Sua linguagem figurada é
geralmente indicada pelo contexto; sues símbolos e tipos são explicados por
outras passagens, quando não o são no prórpio texto ou no contexto imediato.
Fora disso, sua linguagem deve ser entendida literalmente, a não ser que o
sentido requeira interpretação figurada.
“A pregação bíblica começa com
a exegese do texto, e a exegese segue os princípios gramaticais. Ela procura
entender o significado verbal do texto analisando a função e o sentido das
palavras empregadas...”.
Dividem-se assim os
diversos gêneros literários encontrados na Bíblia:
a) Narrativo:
b) Legislativo
c) Sapiencial
d) Profético
e) Cânticos
c) Sapiencial
d) Profético
e) Cânticos
Um dos aspectos do lado
humano da Bíblia, Deus escolheu fazer quase todo tipo de comunicações disponíveis:
Exemplos:
* Genealogias
* Crônicas
* Leis de todo tipo
* Poesia
* Drama
* Parábola
* Etc.
* Genealogias
* Crônicas
* Leis de todo tipo
* Poesia
* Drama
* Parábola
* Etc.
III.1 LITERAL
A definição
para este modo de interpretação é a seguinte: Conforme a letra do texto, sujeito ao rigor das palavras; esta
forma de interpretação das escrituras sagradas são mais aceitas no meio
cristão, por vários motivos:
·
Este sistema de interpretação é a maneira aceita em todas as línguas,
povos e nações;
·
Esta forma de interpretação respeita as parábolas, sonhos e simbologia;
·
No sentido literal de interpretação é possível fazer comparações com
outros textos das santas escrituras;
·
Esta forma de interpretação considera todo o contexto e não só uma
parte do texto isolado das demais;
·
O Senhor Jesus, os profetas e apóstolos, utilizaram esta forma de interpretação das
escrituras divinas.
Jonas
passou trez dias dentro do peixe
|
Jonas
1:17
|
S.
Mat. 12:40
|
Jesus
entra em Jerusalém montado num jumentinho
|
Zacarias
9:9
|
S.
Mat. 21:2 a 9
|
A
pedra de Sião, quem nela crer não será
confundido
|
Isaías
28: 16
|
S.
Mat. 21:42, Efésios 2:20
|
A
seca dos tempos de Elias
|
I
Reis 17:1
|
Tiago
5:17-18
|
O
dilúvio sobre a terra nos tempos de Noé
|
Gênesis
7:1-23
|
II
Pedro 2:5, Hebreus 11:7
|
A
passagem de Israel pelo mar vermelho
|
Êxodo
14:21-27
|
Deus
1:4, Salmo 136:13-15
|
Israel
no cativeiro Babilônico de 70 anos
|
Jeremias
25:11 e 12
|
Daniel
9:2
|
III.2 PRINCIPAIS FIGURAS DE
LINGUAGEM
1 - Metáfora – é uma comparação não
expressa. É a figura em que se afirma que alguma coisa é o que ela representa
ou simboliza, ou como que se compara. O sujeito está entrelaçado com a coisa
comparada. Ao contrário da símile que é
uma comparação expressa onde o sujeito está de fora.
Ex.: Metáfora -“Eu sou o pão
da vida”. “Vós sois a luz do mundo”
Símile – “O reino dos céus é
semelhante...”)
1
– Metonímia. É o emprego do
nome de uma coisa pelo de outra com que tem certa relação.
Ex.: Jó 32:7 “Falem os dias
e a multidão dos anos ensine...”. A
idade por aqueles que a têm.
Gn 25:23 “Duas nações há no
teu ventre”. Os progenitores pelas descendências.
2
– Sinédoque – É a
substituição de uma idéia por outra que lhe é associada.
Ex.: Gn 6:12 “E viu Deus a
terra, e eis que estava corrompida” – terra=homem do geral pelo particular.
3
– Hipérbole - É a afirmação em que as palavras vão além da realidade
literal das coisas.
Ex.: Dt 1:28 “As cidades são
grandes e fortificadas até os céus”.
4
– Ironia - É a expressão de
um pensamento em palavras que, literalmente entendidas , exprimiriam o
pensamento oposto.
Ex.: Juízes 10:14 “Clamai
aos deuses que escolhestes, eles que vos livrem no tempo de vosso aperto.
5
– Prosopopéia – É
personificação de coisas ou de seres irracionais.
Ex.: Sl 35:10 “Todos os meus
ossos dirão: Senhor quem é como tu”. Ossos/fala
6
– Antropomorfismo – É a
linguagem que atribui a Deus ações e faculdades humanas, e até osso e membros
do corpo humano.
Ex.: Gn 8:12 “O Senhor
cheirou o suave cheiro, e disse ...”. Cheirar/sentido
7
– Parábola – É uma narrativa
de acontecimento real ou imaginário em que tanto as pessoas como as coisas e as
ações correspondem a verdades de ordem espiritual e moral.
Regras
de interpretação das parábolas:
Primeira – Todos os termos devem ser
interpretados.
Segunda – Devemos procurar o ponto
central.
Terceira – Deve-se conhecer a
interpretação dos símbolos bíblicos.
Quarta – Prestar atenção no início
e no fechamento.
Quinta – Os passos mais obscuros
interpretam-se pelos mais claros.
Sexta – Em certos casos um termo,
pode aplicar-se com variadas modalidades.
8
– Provérbios – Demonstram a
verdadeira religião em termos práticos e significativos. Os provérbios têm um
único tipo de comparação ou princípio de verdade para comunicar. Não se pode ir
além da intenção do autor.
Ex.: Pv 31:14 –
III.2 TEMPOS E ÉPOCAS.
Para interpretar
corretamente a bíblia é preciso distinguir os tempos. Não devemos confundir as
injuções e os privilégios de uma era com os de outra. Podemos observar este
detalhe em Hebreus 1:1
CAPÍTULO IV
ANÁLISE TEOLÓGICA
A
pergunta fundamental feita na análise teológica é: Como essa passagem se
enquadra no padrão total da revelação de Deus?. Antes de respondermos a esta
pergunta, devemos Ter uma compreensão do padrão da história da revelação.
Há,
neste momento uma necessidade de conhecimento dos conceitos de graça, lei,
salvação e o ministério do Espírito Santo.
"O ministro também deve
compreender e explicar um texto teológicamente. Não somente deve estar
inteirado do que esse texto está dizendo em primeiro plano, mas também da
teologia que elucida o texto."
Isto significa que o
pregador deve conhecer as tradições, a filosofia, a maneira de pensar, a
"Cosmovisão", as idéias acerca de Deus e da religião na época em que
aquela mensagem foi escrita.
As divisões naturais incluem as grandes doutrinas a serem estudadas na
análise teológica: A Doutrina da Criação
A Doutrina de Deus
A Doutrina do Homem e do Pecado
A Doutrina da Salvação.
Exemplo: Têm surgido as mais variadas
teorias acerca da origem do homem. De um modo geral, elas não conseguem anular
a ligação do ser humano com a Terra. Entretanto, a única fonte realmente
autorizada, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois
primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem, de modo plausível e coerente, a
verdadeira história das origens, inclusive a do homem.
CAPÍTULO
V
TIPOLOGIA
V.1 INTRODUÇÃO
Deus mandou Moisés subir no monte Sinai e, lá
ordenou-lhe que construí-se em santuário. Convém lembrar que Moisés ficou 40
dias e 40 noites para receber a planta do Tabernáculo. O Tabernáculo estava
dividido internamente por uma cortina que recebeu o nome de Véu.
É de grande valor e necessidade, também uma bênção, quando podemos
penetrar e ultrapassar os limites de nossa mente e espírito, no grande palácio
de Deus, e conhecermos um pouco mais de sua ciência e filosofia, bem como,
conhecer melhor do sábio construtor, através da revelação e iluminação do
Espírito, como escreveu São Paulo em Romanos 11 : 33 - 36, consequentemente,
isto nos torna capacitados ante as descobertas dos mistérios do Reino de Deus.
V.2 O QUE É TIPOLOGIA ?
É o estudo das figuras e símbolos da Bíblia, com os quais Deus procura
mostrar, por meio de coisas terrestres as coisas espirituais. Visto a
incapacidade da mente humana de compreender as coisas divinas, nos mesmos
termos encontramos no Antigo Testamento Deus falando das glórias celestiais
através de coisas terrestres, ou sejam, TIPOS, ou o que revelam o ANTI-TIPO.
Não se pode conhecer o ANTI-TIPO, sem antes conhecer o TIPO.
EXEMPLOS |
|
TIPO Adão homem carnal Enoque no carro de fogo O Sacerdote Melquizedeque Davi rei de Judá Cristo Maná no deserto Libertação do Egito Marcha no deserto |
ANTI-TIPO Cristo homem espiritual O arrebatamento da Igreja Cristo, o Sumo Sacerdote Rei dos reis Alimento espiritual Libertação do mundo Nossa peregrinação na terra |
CAPÍTULO VI
EXEGESE
VI.1 INTRODUÇÃO:
Na atualidade a mídia, especialmente a TV e o rádio, tem
sido usada como um instrumento para espalhar a palavra de Deus, mas ao mesmo
tempo tem provocado na mente de muitos cristãos a "lerdeza do
pensar". Hoje existe o "evangelho solúvel", "evangelho do
shopping center", "dos iluminados", etc. Mas pouco se estuda a
fonte do evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta página tem o objetivo de
estimular e incentivar ao estudo das Sagradas Escrituras, isto é muito mais do
que uma leitura diária e muitas vezes feita as pressas para cumprir um ritual.
Todo cristão - leigo -, leitor
da Bíblia arroga para si o direito de interpretar o texto bíblico com
propriedade, sem contudo ter o conhecimento das técnicas que se aplicam ao que
executa tal tarefa, a de interpretador do texto sagrado.
Todo
pregador do evangelho deve, por obrigação, dominar as técnicas básicas da
exegese, sob pena de trair o real sentido do texto sagrado a ser explanado e de
ser um disseminado de heresias, portanto se você ainda não domina a arte de
interpretar e compreender os textos, deve então começar agora, pelo básico.
VI.2 DEFINIÇÃO DE EXEGESE
Guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha
quando escreveu um dado documento, isto é, literalmente significa "tirar
de dentro para fora", interpretar.
Dicionário Teológico: Exegese: do Grego:ek + egnomai, = ek
+ egéomai, penso, interpreto, arranco para fora do texto. É a prática da hermenêutica
sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam o Antigo e o Novo
Testamento. Vale-se, pois, do conhecimento das línguas originais (hebraico,
aramaico e grego), da confrontação dos diversos textos bíblicos e das técnicas
aplicadas na lingüistica e na filosofia.
É a disciplina que aplica métodos e técnicas que
ajudam na compreensão do texto.
Do ponto de vista etimológico
hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os especialistas costumam fazer
a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência das normas que permitem
descobrir e explicar o verdadeiro sentido do texto, enquanto a exegese é a arte
de aplicar essas normas.
VI.3 REGRAS BÁSICAS
1° - denomina-se princípio
da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina apenas uma
teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da
Bíblia.
2°
- A Bíblia é sua própria intérprete. diz o princípio hermenêutico. Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia.
Este princípio vem da Reforma Protestante. O sentido mais claro e mais fácil de
uma passagem explica outra com sentido mais difícil e mais obscuro. Este
princípio é uma ilação do anterior.
3° - Jamais esquecer a Regra
Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve
ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos
isolados.
4° - Sempre ter em vista o
contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o
autor tinha em mente.
5° - Primeiro procura-se o
sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado.
6° - Ler o texto em todas as
traduções possíveis - antigas e modernas.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.
7° - Apenas um sentido deve
ser procurado em cada texto.
8° - O trabalho de
interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e
desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de
"achismos").
9° - Fazer algumas perguntas
relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por
exemplo:
a) - Quem escreveu?
b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu?
c) - Por que escreveu?
d) - A quem se dirigia o escritor?
e) - O que o autor queria dizer?
b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu?
c) - Por que escreveu?
d) - A quem se dirigia o escritor?
e) - O que o autor queria dizer?
10°
- Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais
da Bíblia, ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado
novamente. Interpretar de acordo com a analogia da Escritura.
VI.3 O PROCEDIMENTO EXEGÉTICO
1.O procedimento errado.
Ler o que muitos comentários dizem com sendo o significado
da passagem e então aceitar a interpretação que mais agrade. Este procedimento
é errado pelas seguintes razões: a) encoraja o intérprete a procurar
interpretação que favorece a sua preconcepção e b) forma o hábito de
simplesmente tentar lembrar-se das interpretações oferecidas. Isto para o
iniciante, freqüentemente resulta em confusão e ressentimento mental a respeito
de toda a tarefa da exegese.
Isto não é exegese, é outra forma de decoreba e é muito
desinteressante. O péssimo resultado e mais sério do "procedimento
errado" na exegese é que próprio interprete não pensa por si mesmo.
2. Procedimento correto
2.1.
o interprete deve perguntar primeiro o que o autor diz e depois o que significa
a declaração.
2.2
consultar os dicionários para encontrar o significado das palavras
desconhecidas ou que não são familiares. É preciso tomar muito cuidado para não
escolher o significado que convêm ao interprete apenas.
2.3.depois
de usar bons dicionários, uma ou mais gramáticas devem ser consultadas para
entender a construção gramatical. No verbo, a voz, o modo e o tempo devem ser
observado por causa da contribuição à idéia total. O mesmo cuidado deve ser
tomado com as outras classes gramaticais.
2.4.
Tendo as análises léxicas, morfológica e sintática sido feitas, é preciso
partir para análises de contexto e história a fim de que se tenha uma boa
compreensão do texto e de seu significado primeiro e.
2.5.
Com os passos anteriores bem dados, o interprete tem condições de extrair a
teologia do texto, bem como sua aplicação às necessidade pessoais dele, em
primeiro lugar, e às dos ouvintes. Que o texto tem com a minha vida?Com os
grandes desafios atuais?
VI.4 O USO DE INSTRUMENTOS
1.
Comentários: eles não são um fim em si mesmo. O interprete deve manter em mente
o clima teológico em que foram produzidos, porque isso afeta de maneira direta
a interpretação das Escrituras. Um comentarista pode ser capaz, em certa media,
de evitar " bias" [tendências] e permitir que o documento fale por si
mesmo, mas sua ênfase nos vários pensamentos na passagem será afetada pela
corrente de pensamento de seus dias. Os comentários principalmente os
devocionais, tem a marca da desatualização.
Prefira
os comentários críticos e exegéticos.
2.
Uso de dicionário e gramáticas: e importante manter em mente a data da
publicação. Todas as traduções de uma palavra devem ser avaliadas e não apenas
tirar só o significado que interessa a nossa interpretação. Explore o recurso
dos próprios sinônimos. Por exemplo a palavra pobre é tradução de duas palavras
gregas. [penef e ptohoi- transliterado por jotaeme] A primeira significa
carente do supérfluo, que vive modestamente, com o necessário e a segunda,
significa mendigo, desprovido de qualquer sustento. Na interpretação de Mateus
5:3 isto faz muita diferença!.
BIBLIOGRAFIA
1. Exegese Bíblica - Professor
Pedro Apolinário do Instituto Adventista de Ensino, 1977;
2. Revista da Bíblia, n° 6 Abr-Jun/97 - W.B Chamberlain;
3. Professora Ruth, Instituto Teológico Quadrangular de Curitiba;
4. Dicionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade, 1996, São Paulo;
5. Internet;
2. Revista da Bíblia, n° 6 Abr-Jun/97 - W.B Chamberlain;
3. Professora Ruth, Instituto Teológico Quadrangular de Curitiba;
4. Dicionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade, 1996, São Paulo;
5. Internet;
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