segunda-feira, 26 de outubro de 2015

CAPÍTULO I

I.1 INTRODUÇÃO
O termo "hermenêutica" deriva do grego hermeneuein, "interpretar". A Hermenêutica Bíblica cuida da reta compreensão e interpretação das Escrituras. Consiste num conjunto de regras que permitem determinar o sentido literal da Palavra de Deus.
É o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. É a tentativa de escutar  a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia.
         A Escritura é explicada pela Escritura e pelo Santo Espírito. A Bíblia interpreta a própria Bíblia..

I.2 A NECESSIDADE DO ESTUDO
Atos 8:26 Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. 27 E levantou-se e foi; e eis que um etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adorar, 28 regressava e, sentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29 Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30 E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes, porventura, o que estás lendo? 31 Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. 32 Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como a ovelha ao matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim ele não abre a sua boca. 33 Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; quem contará a sua geração? porque a sua vida é tirada da terra. 34 Respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? de si mesmo, ou de algum outro? 35 Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus.
   1-.O próprio Pedro admitiu que há textos difíceis de entender: "os quais os indoutos e inconstantes torcem para sua própria perdição" (2  Pedro 3:15 e 16).
   2-.A arma principal do soldado cristão é a Escritura, e se desconhece o seu valor ou ignora o seu legítimo uso, que soldado será? (2 Timóteo 2:15).
   3- .As circunstâncias variadas que concorreram na produção do maravilhoso livro exigem do expositor que o seu estudo seja meticuloso, cuidadoso e sempre científico, conforme os princípios hermenêuticos.
           


A Necessidade da hermenêutica
1.        O conflito hermenêutico : O mundo de lá e o mundo de cá, isto gera um desafio que o estudante da bíblia deve entender como tal, desde que esteja disposto a desgastar-se na descoberta da mensagem de Deus no texto
2.        As diversas dificuldades  que o texto bíblico apresenta: língua, tempo, história, sociedade, estilos de vidas,  estilos culturais, gêneros literários,  etc,
3.        Diversidade na literatura bíblica: poesias, estórias, parábolas, apocalíptica, epístolas,etc.
4.        A própria história da Igreja. 2.000 anos de interpretação bíblica
5.        A perspicuidade e complexidade das Escrituras - João 3:16 vs. 1aPe:3:18-22
6.        É uma motivação e prática  bíblica: Ne:8:8, At:8:26-31a;  2a.Pe:3:15. as parábolas de Jesus
           O valor da Hermenêutica
  1. Nos aproxima do texto e do seu sentido e significados corretos
  2. Fortalece a nossa convicção na pessoa de Deus- Deus revelou a eternidade
  3. Enaltece a Soberania de Deus que preservou a escrita até hoje
  4. Nos coloca na linha da história da igreja
  5. Traz equilíbrio entre o conteúdo (revelação) e comportamento (ética, exigência)
  6. Confirmação da credibilidade da revelação.
  7. Auxilia-nos para determinar o permanente e o temporário
  8. Base “cientifica” a vida devocional.
  9. Válida a encarnação do Filho de Deus. O texto inserido na história e cultura de um povo. “teologia da terra”
  10. Evita  o desvio (sensus plenior)
  11. Descobre-se a unidade da revelação

I.3 CARACTERÍSTICAS DO INTERPRETE
Objetividade: Não há duvidas que o estudante está influenciado por diversos fatores:  a sua filosofia, questionamentos históricos, psicológicos,  e religiosos que inevitavelmente  conduz a sua interpretação. A objetividade esta no reconhecimento destas forças.
            Espírito científico: Existem dois modos dispares: pietista e racionalista “O exegeta deve estar mentalizado e capacitado para      aplicar a   um estudo da Bíblia os mesmos critérios que regem a interpretação de qualquer  composição literária O fato de que tanto a Bíblia como na sua interpretação existam elementos especiais não exime o interprete de colocar a devida atenção a crítica textual, ao análise lingüístico, a consideração do fundo histórico e tudo quanto possa contribuir para esclarecer p significado do texto (arqueologia, filosofia, obras literárias contemporâneas, etc.”
É preciso capacidade espiritual: Estar aberto a ação da Palavra. Atitude de compromisso. Espírito de mediador: servir de ponte entre o autor do texto e o leitor.

I.4 ASPECTOS GERAIS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA
1 - É necessário tomar as palavras no sentido que indica o contexto, isto é, os versos que precedem e seguem o texto que se estuda. Consulte o texto imediato e remoto.
2 – Vocabulário do escritor -  Enquanto for possível, é necessário tomar as palavras no seu sentido usual e ordinário.   É absolutamente necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.
Comente: Estamos debaixo da lei. (I João 1:4)
3 – O intuito do escritor - É preciso tomar em consideração o desígnio ou objetivo do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.      Esta regra tem importância especial quando se trata de determinar se as palavras devem ser tomadas em sentido literal ou figurado. Para  não incorrer em erros, convém, também, deixar-se guiar pelo pensamento do escritor, e tomar as palavras no sentido que o conjunto do  versículo indica. Exemplos:
· Apóstolo João no fim do seu evangelho (20:30-31)
· Lucas no começo de seu evangelho (1:1-4)
· Dedução ( Rom. 1:1-7; Gal 1:6-7; I Tim 1:3-4 )
· Chaves ( Num 1:1 -  No deserto )

4 – Paralelismo e correlação  - É indispensável consultar as passagens paralelas explicando as coisas espirituais pelas espirituais (I Cor 2:13).
·         Verbais passagens que ocorrem as mesmas palavras.
·         Reais – se trata do mesmo assunto ou se expõe a mesma doutrina. (evangelhos)

I.5 BREVE HISTÓRICO
O método crítico histórico de investigação bíblica, que surgiu no século XIX, salienta a necessidade de compreendermos o que os próprios autores bíblicos entendiam com aquilo que diziam, considerando-se a posição deles dentro da história. Esse método de investigação salienta que eles viveram em uma época em que a ciência era deficiente e muito limitada; que eles viviam herdaNdo idéias primitivas sobre a natureza; seus pontos de vista sobre Deus eram bastante antropomórficos; que eles tinham pouca noção sobre crítica textual, e que, virtualmente, desconheciam totalmente a arqueologia. Assim, cresceu a ênfase acerca do descobrimento do que esses autores sagrados tinham querido ensinar, e uma preocupação menor com o conteúdo das VERDADES que eles ensinavam. Aos teólogos dogmáticos foi entregue a tarefa de investigar esse conteúdo.
A NOVA HERMENÊUTICA
A renovação do interesse pela hermenêutica bíblica tem sido estimulada por teólogos existencialistas, como Rudolf Bultmann e seus seguidores. Nomes associados a isso são Gerhard Ebelin, Ernest Fuchs e Martin Heidegger. Esses homens seguiam as idéias de Bultmann, embora as tivesse levado a extremos que ele não teria aprovado.
Heidegger enfatizava a importância da linguagem como algo anterior à humanidade, como um poder que teria moldado a compreensão dos homens. A própria existência humana seria definida linguisticamente; e, através da linguagem, chegaríamos a entender o ser humano. A existência humana torna-se autêntica quando tem permissão de desempenhar o seu papel; e então chegamos a uma compreensão apropriada da mensagem que ela tenta comunicar. Isso posto, a linguagem seria Hermes, o mensageiro dos deuses. Por meio da ciência da hermenêutica, procuramos recapturar os eventos proferidos pelos profetas, extraindo dali o sentido que convém. Isso envolve mais do que entender o que um profeta qualquer tem a dizer, no contexto de sua própria época. Antes, devemos procurar penetrar no seu sentido, naquilo que significa hoje em dia, pois a verdade reveste-se de uma universalidade que é comunicada por meio da linguagem.
Jesus proferiu palavras imortais, aplicáveis em qualquer época. Não precisamos nos preocupar com toda a forma de questão cultural e histórica, a fim de entender a mensagem universal da alma, mas precisamos entrar na linguagem do coração, para que tenhamos uma perfeita compreensão das coisas. E também há uma linguagem da fé, que devemos esforçar-nos por entender. Verdadeiramente, parece que esses filósofos-teólogos acreditam que a linguagem reveste-se de alma qualidade mística, dotada de tesouros ocultos. A demitização pode ser uma tarefa infrutífera. A verdadeira hermenêutica tem a tarefa de compreender de que modo o Evangelho de Cristo aplica-se ao homem moderno. Há nisso uma fé de que o evangelho, verdadeiramente, dirige aos homens uma mensagem universal, mensagem essa que pode ser determinada.
A nova hermenêutica não ignora a erudição histórica e crítica os eruditos do século XIX. Porém, apronta para uma tarefa idêntica à do pregador. Há uma mensagem a ser comunicada que é mais importante do que o manuseio crítico de um texto qualquer. A erudição, quando muito, leva-nos somente ao limiar da interpretação. A partir desse ponto, o Espírito, que fala através da linguagem, deve receber a permissão de levar-nos a profundezas maiores. A mensagem pode ficar aprisionada em um texto; e precisa ser liberada. A tarefa da hermenêutica e da pregação, portanto, é a libertação. Uma vez liberada, a mensagem pode nos transformar. Dentro dessa interpretação, encontramos o casamento entre a interpretação e o dogma; e o dogma torna-se uma verdade viva que nos transforma, não se limitando a ser apenas uma criança credal. A erudição histórico-crítica, pois, torna-se uma serva da hermenêutica, e não a própria substância da mesma.

CAPÍTULO II

AUXÍLIOS EXTERNOS


A época e a cultura do autor e dos seus leitores: fatores geográficos, topográficos e  políticos, a ocasião da produção do livro. A questão mais importante do contexto histórico tem a ver com a ocasião e o propósito de cada livro.

II.1 INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA E GEOGRÁFICA:
O interprete deve descobrir as circunstâncias para um determinado escrito vir à existência. É necessário conhecer as maneiras, costumes, e psicologia do povo no meio do qual o escrito é produzido. A psicologia de uma pessoa inclui suas idéias de cronologia, seus métodos de registrar a história, seus usos de figura de linguagem e os tipos de literatura que usa para expressar seus pensamentos.
Condições Geográficas e Meteorológicas. Os povos antigos viviam limitados por sua geografia local, pelo clima em que viviam e pela fertilidade das terras que ocupavam. O temor da fome, entre outras coisas, produziu a adoração às forças da natureza, o sacrifício de crianças a certos deuses, cujos favores buscavam, além de outras coisas desse jaez. Para os cananeus, Baal era o deus da chuva, que cuidaria das terras e as tornaria férteis. Os poderes do relâmpago e do trovão, além de outras forças naturais, não eram entendidos. Esses poderes eram atribuídos a seres divinos, bons ou maus. Isso originou todo o desenvolvimento de uma teologia primitiva, completa com deuses de todas as espécies, que controlariam todas as facetas das atividades humanas.
Precisamos saber algo sobre os próprios hebreus, além de entender porque acreditavam em certas coisas e faziam certas coisas. Ao estudarmos a história de um povo qualquer, temos de compreender o meio ambiente em que eles viviam, bem como toda a sua formação
Visto que a Bíblia é um documento histórico e a igreja é um movimento histórico, a exegese histórica é importante tanto para compreender a mensagem bíblica como para determinar seu significado na atualidade. Questões de data, autoria, antecedentes e circunstâncias são essenciais à tarefa de preparar sermões bíblicos. Quanto mais conhecermos as condições político-religiosas e socio-econômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor poderemos compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso."
II.2. O CONTEXTO LITERÁRIO:
As palavras somente fazem sentido dentro das frases, e estas em relação às frases  anteriores e posteriores. Devemos procurar descobrir a linha de pensamento do autor. O que o autor  está dizendo e por que o diz exatamente aqui?
            Reconhecer o que o autor tenciona dizer:
            Quando Jesus disse “Eu sou a porta” entendemos essa expressão como comparação. Quando Ele disse: Vê e acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”, sua intenção era que a palavra fermento simbolizasse a doutrina de grupos. Quando disse ao paralítico: “levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa”. Ele esperava que o paralítico obedecesse.
II.3. INTERPRETAR LEXICAMENTE E SINTATICAMENTE (DICIONÁRIOS).
É conhecer a etimologia das palavras, o desenvolvimento histórico de seu significado e o seu uso no documento sob consideração. Esta informação pode ser conseguida com a ajuda de bons dicionários. o uso dos dicionários, deve notar-se cuidadosamente o significar-se da palavra sob consideração nos diferentes períodos da língua grega e nos diferentes autores do período.
                Visto que a Bíblia foi escrita em hebraico e grego (e algumas partes em aramaico) o ministro que não conhece essas línguas se encontra numa posição desvantajosa. Não basta achar num dicionário o termo equivalente em português a uma palavra hebraica ou grega. O ministro que deve possuir adequadas habilidades lingüísticas para fazer uso de tais auxílios lexicais como comentários, concordâncias e dicionários teológicos, contanto que compreenda o seu objetivo e saiba como incorporar as informações no sermão."
Com o conhecimento de alguns significados o sermão de um pregador será extremamente enriquecido. Exemplo: Abraão – pai de muitos povos; Dalila – mulher dócil
O interprete deve conhecer os princípios gramaticais da língua na qual o documento está escrito, para primeiro, ser interpretado como foi escrito. A função das gramáticas não é determinar as leis da língua, mas expô-las. O que significa, que primeiro a linguagem se desenvolveu como um meio de expressar os pensamentos da humanidade e depois os gramáticos escreveram para expor as leis e princípios da língua com sua função de exprimir idéias.  Para quem deseja aprofundar-se é preciso estudar a sintaxe da gramática grega, dando principal relevo aos casos gregos e ao sistema verbal a fim de poder entender a estruturação da língua grega. Isto vale para o hebraico do Antigo Testamento.
O estudioso também deveria consultar não apenas uma, mas muitas traduções, para então julgar os seus méritos comparativos, quanto a casos específicos. Deveria ter cuidado para evitar envolvimento na manipulação sofista de vocábulos ou expressões hebraicas e gregas. Quase qualquer coisa pode ser ensinada, e através da manipulação indevida dos textos. As próprias traduções oficiais, algumas vezes, envolvem-se nesse tipo de atividade. Consideremos os muitos sermões que têm sido pregados com base nas supostas diferenças entre AGAPÃO e PHILÉO (palavras essas que são meros sinônimos), na tentativa de explicar o trecho de João 21:15ss.
Sugestões de Leitura.
Ø  A bíblia explicada – CPAD; A bíblia vida nova – Russel P. Shedd; A pequena enciclopédia da bíblia – O S. Boyer; Esboço de teologia sistemática – Langston – Juerp;  Geografia bíblica  - Osvaldo Ronis – Juerp;  Introdução ao estudo do novo testamento grego – W. C. Taylor; Manual de hermenêutica sagrada A Almeida Casa Editora Presbiteriana; comentário bíblico de Moody – Imprensa Batista Regular; Hermenêutica avançada Princípios e processos de interpretação bíblica Ed vida.

 

CAPÍTULO III

LINGUAGEM LITERAL E FIGURADA


            Certos textos devem ser entendidos literalmente. Há também na Bíblia passagens em linguagem figurada. Devemos ler a bíblia deixando-a significar o que quer dizer. Sua linguagem figurada é geralmente indicada pelo contexto; sues símbolos e tipos são explicados por outras passagens, quando não o são no prórpio texto ou no contexto imediato. Fora disso, sua linguagem deve ser entendida literalmente, a não ser que o sentido requeira interpretação figurada.
“A pregação bíblica começa com a exegese do texto, e a exegese segue os princípios gramaticais. Ela procura entender o significado verbal do texto analisando a função e o sentido das palavras empregadas...”.
Dividem-se assim os diversos gêneros literários encontrados na Bíblia:

a) Narrativo:
b) Legislativo
c) Sapiencial
d) Profético
e) Cânticos
 
Um dos aspectos do lado humano da Bíblia, Deus escolheu fazer quase todo tipo de comunicações disponíveis: Exemplos:
* Genealogias
* Crônicas
* Leis de todo tipo
* Poesia
* Drama
* Parábola
* Etc.

III.1 LITERAL

A definição para este modo de interpretação é a seguinte: Conforme a letra do texto, sujeito ao rigor das palavras; esta forma de interpretação das escrituras sagradas são mais aceitas no meio cristão, por vários motivos:

·      Este sistema de interpretação é a maneira aceita em todas as línguas, povos e nações;
·      Esta forma de interpretação respeita as parábolas,  sonhos e simbologia;
·      No sentido literal de interpretação é possível fazer comparações com outros textos das santas escrituras;
·      Esta forma de interpretação considera todo o contexto e não só uma parte do texto isolado das demais;
·      O Senhor Jesus, os profetas e apóstolos,  utilizaram esta forma de interpretação das escrituras divinas.

Jonas passou trez dias dentro do peixe
Jonas 1:17
S. Mat. 12:40
Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho
Zacarias 9:9
S. Mat. 21:2 a 9
A pedra de Sião,  quem nela crer não será confundido
Isaías 28: 16
S. Mat. 21:42, Efésios 2:20
A seca dos tempos de Elias
I Reis 17:1
Tiago 5:17-18
O dilúvio sobre a terra nos tempos de Noé
Gênesis 7:1-23
II Pedro 2:5, Hebreus 11:7
A passagem de Israel pelo mar vermelho
Êxodo 14:21-27
Deus 1:4, Salmo 136:13-15
Israel no cativeiro Babilônico de 70 anos
Jeremias 25:11 e 12 
Daniel 9:2

III.2 PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM

1 - Metáfora – é uma comparação não expressa. É a figura em que se afirma que alguma coisa é o que ela representa ou simboliza, ou como que se compara. O sujeito está entrelaçado com a coisa comparada. Ao contrário da símile que é uma comparação expressa onde o sujeito está de fora.
Ex.: Metáfora -“Eu sou o pão da vida”.  “Vós sois a luz do mundo”
        Símile – “O reino dos céus é semelhante...”)
1        Metonímia. É o emprego do nome de uma coisa pelo de outra com que tem certa relação.
Ex.: Jó 32:7 “Falem os dias e a multidão dos anos ensine...”.  A idade por aqueles que a têm.
Gn 25:23 “Duas nações há no teu ventre”. Os progenitores pelas descendências.
2        Sinédoque – É a substituição de uma idéia por outra que lhe é associada.
Ex.: Gn 6:12 “E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida” – terra=homem do geral pelo particular.
3        – Hipérbole - É a afirmação em que as palavras vão além da realidade literal das coisas.
Ex.: Dt 1:28 “As cidades são grandes e fortificadas até os céus”.
4        Ironia - É a expressão de um pensamento em palavras que, literalmente entendidas , exprimiriam o pensamento oposto.
Ex.: Juízes 10:14 “Clamai aos deuses que escolhestes, eles que vos livrem no tempo de vosso aperto.
5        Prosopopéia – É personificação de coisas ou de seres irracionais.
Ex.: Sl 35:10 “Todos os meus ossos dirão: Senhor quem é como tu”. Ossos/fala
6        Antropomorfismo – É a linguagem que atribui a Deus ações e faculdades humanas, e até osso e membros do corpo humano.
Ex.: Gn 8:12 “O Senhor cheirou o suave cheiro, e disse ...”. Cheirar/sentido
7        Parábola – É uma narrativa de acontecimento real ou imaginário em que tanto as pessoas como as coisas e as ações correspondem a verdades de ordem espiritual e moral.
Regras de interpretação das parábolas:
Primeira – Todos os termos devem ser interpretados.
Segunda – Devemos procurar o ponto central.
Terceira – Deve-se conhecer a interpretação dos símbolos bíblicos.
Quarta – Prestar atenção no início e no fechamento.
Quinta – Os passos mais obscuros interpretam-se pelos mais claros.
Sexta – Em certos casos um termo, pode aplicar-se com variadas modalidades.
8 – Provérbios – Demonstram a verdadeira religião em termos práticos e significativos. Os provérbios têm um único tipo de comparação ou princípio de verdade para comunicar. Não se pode ir além da intenção do autor.
Ex.: Pv 31:14 –

III.2 TEMPOS E ÉPOCAS.
Para interpretar corretamente a bíblia é preciso distinguir os tempos. Não devemos confundir as injuções e os privilégios de uma era com os de outra. Podemos observar este detalhe em Hebreus 1:1

CAPÍTULO IV

ANÁLISE TEOLÓGICA

            A pergunta fundamental feita na análise teológica é: Como essa passagem se enquadra no padrão total da revelação de Deus?. Antes de respondermos a esta pergunta, devemos Ter uma compreensão do padrão da história da revelação.
            Há, neste momento uma necessidade de conhecimento dos conceitos de graça, lei, salvação e o ministério do Espírito Santo.
"O ministro também deve compreender e explicar um texto teológicamente. Não somente deve estar inteirado do que esse texto está dizendo em primeiro plano, mas também da teologia que elucida o texto."
Isto significa que o pregador deve conhecer as tradições, a filosofia, a maneira de pensar, a "Cosmovisão", as idéias acerca de Deus e da religião na época em que aquela mensagem foi escrita.
As divisões naturais incluem as grandes doutrinas a serem estudadas na análise teológica:
A Doutrina da Criação
A Doutrina de Deus
A Doutrina do Homem e do Pecado
A Doutrina da Salvação.
Exemplo: Têm surgido as mais variadas teorias acerca da origem do homem. De um modo geral, elas não conseguem anular a ligação do ser humano com a Terra. Entretanto, a única fonte realmente autorizada, acerca da origem da humanidade, é a Bíblia Sagrada. Os dois primeiros capítulos de Gênesis nos oferecem, de modo plausível e coerente, a verdadeira história das origens, inclusive a do homem.


 
CAPÍTULO V
TIPOLOGIA

V.1 INTRODUÇÃO
Deus mandou Moisés subir no monte Sinai e, lá ordenou-lhe que construí-se em santuário. Convém lembrar que Moisés ficou 40 dias e 40 noites para receber a planta do Tabernáculo. O Tabernáculo estava dividido internamente por uma cortina que recebeu o nome de Véu.
É de grande valor e necessidade, também uma bênção, quando podemos penetrar e ultrapassar os limites de nossa mente e espírito, no grande palácio de Deus, e conhecermos um pouco mais de sua ciência e filosofia, bem como, conhecer melhor do sábio construtor, através da revelação e iluminação do Espírito, como escreveu São Paulo em Romanos 11 : 33 - 36, consequentemente, isto nos torna capacitados ante as descobertas dos mistérios do Reino de Deus.
V.2 O QUE É TIPOLOGIA ?
É o estudo das figuras e símbolos da Bíblia, com os quais Deus procura mostrar, por meio de coisas terrestres as coisas espirituais. Visto a incapacidade da mente humana de compreender as coisas divinas, nos mesmos termos encontramos no Antigo Testamento Deus falando das glórias celestiais através de coisas terrestres, ou sejam, TIPOS, ou o que revelam o ANTI-TIPO.
Não se pode conhecer o ANTI-TIPO, sem antes conhecer o TIPO.
 EXEMPLOS
 TIPO
Adão homem carnal
 Enoque no carro de fogo
O Sacerdote Melquizedeque
Davi rei de Judá Cristo
Maná no deserto
Libertação do Egito
Marcha no deserto
ANTI-TIPO
Cristo homem espiritual
O arrebatamento da Igreja
Cristo, o Sumo Sacerdote
Rei dos reis
Alimento espiritual
Libertação do mundo
Nossa peregrinação na terra


CAPÍTULO VI


EXEGESE


     
VI.1 INTRODUÇÃO:

Na atualidade a mídia, especialmente a TV e o rádio, tem sido usada como um instrumento para espalhar a palavra de Deus, mas ao mesmo tempo tem provocado na mente de muitos cristãos a "lerdeza do pensar". Hoje existe o "evangelho solúvel", "evangelho do shopping center", "dos iluminados", etc. Mas pouco se estuda a fonte do evangelho do Nosso Senhor Jesus Cristo. Esta página tem o objetivo de estimular e incentivar ao estudo das Sagradas Escrituras, isto é muito mais do que uma leitura diária e muitas vezes feita as pressas para cumprir um ritual.
Todo cristão - leigo -, leitor da Bíblia arroga para si o direito de interpretar o texto bíblico com propriedade, sem contudo ter o conhecimento das técnicas que se aplicam ao que executa tal tarefa, a de interpretador do texto sagrado.
            Todo pregador do evangelho deve, por obrigação, dominar as técnicas básicas da exegese, sob pena de trair o real sentido do texto sagrado a ser explanado e de ser um disseminado de heresias, portanto se você ainda não domina a arte de interpretar e compreender os textos, deve então começar agora, pelo básico.

VI.2 DEFINIÇÃO DE EXEGESE
Guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um dado documento, isto é, literalmente significa "tirar de dentro para fora", interpretar.
Dicionário Teológico: Exegese: do Grego:ek + egnomai, = ek + egéomai, penso, interpreto, arranco para fora do texto. É a prática da hermenêutica sagrada que busca a real interpretação dos textos que formam o Antigo e o Novo Testamento. Vale-se, pois, do conhecimento das línguas originais (hebraico, aramaico e grego), da confrontação dos diversos textos bíblicos e das técnicas aplicadas na lingüistica e na filosofia.
É a disciplina que aplica métodos e técnicas que ajudam na compreensão do texto.
Do ponto de vista etimológico hermenêutica e exegese são sinônimos, mas hoje os especialistas costumam fazer a seguinte diferença: Hermenêutica é a ciência das normas que permitem descobrir e explicar o verdadeiro sentido do texto, enquanto a exegese é a arte de aplicar essas normas.



VI.3 REGRAS BÁSICAS
1° - denomina-se princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina apenas uma teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia.
2° - A Bíblia é sua própria intérprete. diz o princípio hermenêutico.  Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante. O sentido mais claro e mais fácil de uma passagem explica outra com sentido mais difícil e mais obscuro. Este princípio é uma ilação do anterior.
3° - Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.
4° - Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente.
5° - Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado.
6° - Ler o texto em todas as traduções possíveis - antigas e modernas.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.
7° - Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.
8° - O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de "achismos").
9° - Fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por exemplo:
a) - Quem escreveu?
b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu?
c) - Por que escreveu?
d) - A quem se dirigia o escritor?
e) - O que o autor queria dizer?
10° - Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia, ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente. Interpretar de acordo com a analogia da Escritura.

VI.3 O PROCEDIMENTO EXEGÉTICO
1.O procedimento errado.
Ler o que muitos comentários dizem com sendo o significado da passagem e então aceitar a interpretação que mais agrade. Este procedimento é errado pelas seguintes razões: a) encoraja o intérprete a procurar interpretação que favorece a sua preconcepção e b) forma o hábito de simplesmente tentar lembrar-se das interpretações oferecidas. Isto para o iniciante, freqüentemente resulta em confusão e ressentimento mental a respeito de toda a tarefa da exegese.
Isto não é exegese, é outra forma de decoreba e é muito desinteressante. O péssimo resultado e mais sério do "procedimento errado" na exegese é que próprio interprete não pensa por si mesmo.

2. Procedimento correto
2.1. o interprete deve perguntar primeiro o que o autor diz e depois o que significa a declaração.
2.2 consultar os dicionários para encontrar o significado das palavras desconhecidas ou que não são familiares. É preciso tomar muito cuidado para não escolher o significado que convêm ao interprete apenas.       
2.3.depois de usar bons dicionários, uma ou mais gramáticas devem ser consultadas para entender a construção gramatical. No verbo, a voz, o modo e o tempo devem ser observado por causa da contribuição à idéia total. O mesmo cuidado deve ser tomado com as outras classes gramaticais.  
2.4. Tendo as análises léxicas, morfológica e sintática sido feitas, é preciso partir para análises de contexto e história a fim de que se tenha uma boa compreensão do texto e de seu significado primeiro e.
2.5. Com os passos anteriores bem dados, o interprete tem condições de extrair a teologia do texto, bem como sua aplicação às necessidade pessoais dele, em primeiro lugar, e às dos ouvintes. Que o texto tem com a minha vida?Com os grandes desafios atuais?

VI.4 O USO DE INSTRUMENTOS  
1. Comentários: eles não são um fim em si mesmo. O interprete deve manter em mente o clima teológico em que foram produzidos, porque isso afeta de maneira direta a interpretação das Escrituras. Um comentarista pode ser capaz, em certa media, de evitar " bias" [tendências] e permitir que o documento fale por si mesmo, mas sua ênfase nos vários pensamentos na passagem será afetada pela corrente de pensamento de seus dias. Os comentários principalmente os devocionais, tem a marca da desatualização.
Prefira os comentários críticos e exegéticos.
2. Uso de dicionário e gramáticas: e importante manter em mente a data da publicação. Todas as traduções de uma palavra devem ser avaliadas e não apenas tirar só o significado que interessa a nossa interpretação. Explore o recurso dos próprios sinônimos. Por exemplo a palavra pobre é tradução de duas palavras gregas. [penef e ptohoi- transliterado por jotaeme] A primeira significa carente do supérfluo, que vive modestamente, com o necessário e a segunda, significa mendigo, desprovido de qualquer sustento. Na interpretação de Mateus 5:3 isto faz muita diferença!.

BIBLIOGRAFIA

1. Exegese Bíblica - Professor Pedro Apolinário do Instituto Adventista de Ensino, 1977;
2. Revista da Bíblia, n° 6 Abr-Jun/97 - W.B Chamberlain;
3. Professora Ruth, Instituto Teológico Quadrangular de Curitiba;
4. Dicionário Teológico, Claudionor Corrêa de Andrade, 1996, São Paulo;
5. Internet;
 

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